11 de setembro de 2024

Se Ele Não Fosse o Que Ele É

 Este texto deve ser lido no contexto dos princípios bíblicos da diversidade.

Se Ele Não Fosse o Que Ele É

"Se ele não fosse o que ele é, ele não faria tão bem o que ele faz." Às vezes, criticamos uma pessoa pelo jeito dela ser, mas gostamos e necessitamos do resultado daquilo que ela faz tão bem. Muitas vezes, sugerimos que ela seja diferente do que é para se ajustar ao nosso gosto pessoal ou por ser incomum, embora ético. Mas será que ela faria tão bem o que faz se fosse do jeito que achamos que deveria ser?


Se Ele Não Fosse o Que Ele É

Se ele não fosse o que ele é,
Será que faria o que faz tão bem?
Com dons que Deus dá, únicos, não é?
É plano divino, é graça, vai além.

Nos dons diversos, há um só Senhor,
Que age em cada um de forma especial.
É o mesmo Espírito, o mesmo Amor,
Valorizando o simples, o que é essencial.

Se olhamos apenas com olhar humano,
Julgar é tão fácil, aceitar é uma arte.
Mas Deus olha dentro, vê bem mais que o plano,
Vê o coração, sua mais bela parte.

Ele não molda todos na mesma medida,
Em cada um, uma função e um tom.
Como os membros do corpo, em perfeita lida,
Cada um tem seu lugar, sua voz, seu dom.

A Bíblia ensina, com palavras de luz,
Que individualidade é tesouro a se ter.
Cada um é distinto, um reflexo de Jesus,
Com um papel que ninguém mais pode fazer.

Aceitar o outro como ele é,
É seguir o exemplo do Criador.
Se ele não fosse o que ele é,
Perderíamos o seu melhor valor.

Então, vamos lá, com fé e alegria,
Abraçar o diverso, o único, o ser.
Pois na trama da vida, na sinfonia,
Cada nota faz falta, faz tudo crescer.

Se ele não fosse o que ele é,
O que seria da obra que ele faz?
Aceitemos o próximo, sem senão ou porque,
Porque é Deus que opera, no amor e na paz.


Muitas vezes, criticamos o comportamento ou a personalidade de alguém sem perceber que é justamente esse conjunto de características que permite à pessoa realizar o que faz de bom ou necessário para nós. Ao sugerir que alguém mude para se ajustar ao nosso gosto, podemos estar ignorando o impacto positivo que suas ações têm, mesmo que o modo de agir dessa pessoa seja incomum ou diferente do que estamos acostumados. Além disso, forçar alguém a mudar sua essência pode acabar prejudicando tanto a pessoa quanto o resultado do que ela faz.

Deus criou cada ser humano com características únicas, incluindo personalidade, talentos e habilidades. O Salmo 139:13-14 reflete isso ao dizer:

"Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável; tuas obras são maravilhosas, digo isso com convicção."

Deus nos fez de maneira intencional e individualizada, destacando nossa singularidade. Esse pensamento nos convida a ser mais tolerantes e a valorizar as diferenças, reconhecendo que a singularidade de cada um contribui para o bem comum de formas que talvez não sejam imediatas para nós, mas que são fundamentais. Precisamos aprender a apreciar as pessoas pelo que são, inclusive suas maneiras únicas de fazer as coisas, em vez de tentar moldá-las conforme nossas expectativas.

Ellen White, no livro "A Ciência do Bom Viver", p. 477, ressalta a importância da individualidade e a necessidade de respeitar e desenvolver as características únicas de cada pessoa, pois é através delas que contribuímos de maneira significativa para o bem coletivo. Ela diz:

"Cada ser humano, criado à imagem de Deus, é dotado de uma faculdade semelhante à do Criador — a individualidade, a faculdade de pensar e fazer. Os homens em quem esta faculdade é desenvolvida são os que assumem responsabilidades, são chefes de empreendimento, e influenciam caráter. É o trabalho de verdadeira educação desenvolver essa faculdade, ensinar os jovens a serem pensadores, e não meros refletores do pensamento de outrem."


Conclusão

Pense mais uma vez na frase: "Se ele não fosse o que ele é, ele não faria tão bem o que ele faz." Ao refletir sobre ela, somos chamados a uma mudança de atitude: precisamos deixar de tentar moldar as pessoas segundo nossos próprios gostos e preferências e, em vez disso, aprender a reconhecer e celebrar as contribuições únicas de cada indivíduo. Lembremos que, na maioria das vezes, as diferenças não são defeitos a serem corrigidos, mas expressões do plano perfeito de Deus.

Deus nos criou com uma diversidade de dons, personalidades e capacidades para que, juntos, possamos complementar uns aos outros e cumprir o propósito que Ele tem para nós como comunidade. Nossas singularidades e características é que nos tornam especiais. Cada pessoa é um pedaço essencial do grande mosaico que Deus está formando.

Com essa reflexão, desafio cada um de vocês e a mim a aceitarmos e a encorajarmos os outros, valorizando as diferenças como parte vital do plano divino. Em vez de criticar ou tentar mudar o outro para que se ajuste aos nossos padrões, que possamos enxergar o valor que Deus vê em cada um.

Pergunte a si mesmo: Como tenho reagido às diferenças ao meu redor? Tenho valorizado ou criticado as características únicas das pessoas? Peça a Deus um coração aberto e humilde, capaz de aceitar e amar as pessoas como elas são. Lembre-se de que Deus fez cada um com um propósito especial, e é através de nossa diversidade que podemos experimentar a plenitude da graça e do amor divinos.

Que possamos ser uma comunidade que acolhe, que ama e que valoriza as singularidades, sabendo que cada um, exatamente como é, tem um lugar importante no plano de Deus.




4 comentários:

Anônimo disse...

Profunda reflexão pastor João .
Podemos dizer então que, se queremos verdadeiramente amar a Deus e a nosso próximo, devemos respeitar essa individualidade concedida por Deus a cada um de nós. Podemos pensar assim?

Pr. João Batista disse...

Isso mesmo. Amar a Deus e ao próximo inclui aceitar as diferenças de personalidade e reconhecer que cada pessoa tem um papel especial no plano divino, contribuindo com seus dons e talentos de maneiras que só ela pode fazer.

Anônimo disse...

Que dom lindo que você tem. Que Deus continue lhe abençoando. Parabéns, mano. Te amo.

Anônimo disse...

Parabéns amigo! Lindo texto. Me fez lembrar do texto de Clarisse Lispector, “Se eu fosse eu”. Aceitar essas diferenças é um tremendo desafio. Compreendo que deve ser uma “via de mão dupla”. Assim, com o entendimento de ambos, tudo fica mais fácil. Que Deus te abençoe por bela reflexão!