É um fato que palavras duras e críticas inevitavelmente geram negatividade, enfraquecendo a confiança e a colaboração entre as pessoas. No dia a dia, muitas vezes não percebemos o poder que nossas palavras carregam. Uma observação áspera ou um comentário crítico pode parecer inofensivo no momento, mas suas repercussões podem ser profundas e duradouras.
A Bíblia nos adverte sobre o impacto das nossas palavras. Em Provérbios 15:1, lemos: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." Esta passagem nos lembra que palavras gentis e cuidadosas podem acalmar situações tensas, enquanto palavras duras podem inflamar conflitos.
Quando escolhemos falar de maneira ferina, abrimos espaço para a desconfiança e a desunião. Ellen G. White escreveu: "É próprio dos seres humanos falar palavras ferinas. Os que se entregam a esta inclinação abrem a porta para que Satanás entre no coração e os leve a depressa se lembrarem das falhas e erros de outros, demorando-se em suas faltas, notando-lhes as deficiências, e pronunciam-se palavras que promovem a falta de confiança em quem está fazendo o melhor que pode para desempenhar o seu dever como coobreiro de Deus. Muitas vezes a semente da desconfiança é semeada porque alguém pensa que devia ter sido favorecido mas não o foi." — Carta 169, 1904.
As palavras têm o poder de construir ou destruir, de incentivar ou desmotivar. Num ambiente onde a crítica negativa prevalece, as pessoas tendem a se retrair, a evitar riscos e a proteger-se emocionalmente. Isso cria um círculo vicioso onde a colaboração se torna escassa e o progresso é retardado. Tiago 3:6 também nos alerta: "Ora, a língua é fogo; é um mundo de iniquidade. A língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno."
Pesquisas na área de psicologia confirmam esses ensinamentos. O psicólogo John Gottman, renomado por seu trabalho sobre a estabilidade matrimonial, afirma que a crítica é um dos "quatro cavaleiros do apocalipse" em relacionamentos, junto com o desprezo, a defensividade e a obstrução. Segundo Gottman, essas atitudes são preditores fortes de divórcio porque corroem a conexão emocional entre as pessoas.
Da mesma forma, Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta (CNN), enfatiza a importância de falar de maneira que promove a compreensão e a conexão. Ele diz: "As palavras são janelas (ou são paredes). Elas nos condenam ou nos libertam." Rosenberg argumenta que a forma como nos comunicamos pode criar barreiras ou pontes entre as pessoas, afetando profundamente a qualidade das relações.
É essencial, portanto, cultivarmos a habilidade de comunicar-nos de maneira construtiva e positiva. Isso não significa evitar críticas, mas sim formulá-las de modo que contribuam para o crescimento e a melhoria contínua. O feedback construtivo deve ser dado com empatia, focando nos comportamentos e ações que podem ser melhorados, e não em ataques pessoais. Em Efésios 4:29, somos instruídos: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem."
Fomentar um ambiente de respeito e apoio mútuo não apenas fortalece os relacionamentos interpessoais, mas também promove uma cultura de confiança e colaboração. Quando as pessoas se sentem valorizadas e respeitadas, estão mais propensas a se envolver plenamente, a compartilhar suas ideias e a trabalhar juntas para alcançar objetivos comuns. Colossenses 4:6 aconselha: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um."
Em resumo, o cuidado com as palavras que escolhemos pode transformar significativamente o ambiente ao nosso redor. Ao optar por uma comunicação positiva e encorajadora, construímos um mundo mais harmonioso e produtivo. Portanto, lembremo-nos sempre: nossas palavras têm poder. Usemos esse poder para o bem. Como diz em Provérbios 16:24: "Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo."